Por que escrevo em um blog que ninguém lê

Eu li isso há muito tempo. Acho que era um texto do carioca Alex Castro.

Um jovem aspirante a escritor procurou um romancista bem-sucedido de sua região e entregou-lhe um maço de folhas. “Isto é meu. Gostaria que o senhor lesse e me desse uma opinião sincera. Eu posso ser um grande escritor? Eu tenho talento?”.

Depois de alguns dias, o jovem voltou para ter sua resposta. “Então, o senhor leu o texto?”. O homem confirmou com a cabeça. “E aí? É bom? Eu tenho talento? Tenho chance de ser um grande escritor?”.

O senhor respondeu: “É bom, sim; você tem talento. Mas isso não me diz nada sobre suas chances de se tornar um grande escritor. Todo mundo escreve um bom texto de vez em quando. O que eu preciso saber para dizer se você tem potencial para se tornar um grande escritor é o seguinte: quão disposto você está a escrever todos os dias, sem exceção? Quão disposto você está a escrever todos os dias, mesmo doente, mesmo em férias, mesmo sem ganhar dinheiro, mesmo sem ganhar nada? Quão disposto você está a escrever, todos os dias, mesmo sem ninguém ler?

18.12.02. Por que escrevo em um blog que ninguém lê

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14 comentários em “Por que escrevo em um blog que ninguém lê

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  1. Digo-lhe que sentia muito do mesmo, sobre a perca de tempo de ninguém ler meus textos, ou de poucos lerem e opinarem. Mas percebi que o faço por mim mesma, como meio de expressar coisas que nem mesmo eu conseguiria expressar em palavras, ou que talvez não seria tão “polite” em conversas. Ótimo texto! E sobre da sua vergonha em elogiar, eu sempre faço isso de elogiar quando posso, mesmo que eu fique com vergonha no final kkk

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  2. Que texto importante para que escreve! Muitas vezes escrevo para deixar vazar a lava que está incandescente em mim. Às vezes, escrevo à toa, porque é bom escrever por escrever. Se alguém vai ler, o destino dirá. O seu texto é muito interessante e dá “gás” a quem escreve (como eu). E vamos elogiar, que é bom e todos merecem.

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  3. Escrever é um despir-se, é um profundo exibir-se, mais do que corpo, é alma, é tudo que sentimos e não sentimos…
    Gosto do papel e caneta, a grafia não mais ajuda…
    Pouco compartilho o que escrevo, tenho ousado mais, um pouco mais… Divido com poucos,compartilho em segredo, é quase uma confissão, é uma confissão do meu mais intimo ver, existir, sentir… Dizem que sexo é intimidade, discordo, intimidade é compartilhar o sentir.
    Corajoso quem compartilha o que escreve, cria, produz, ainda estou me fazendo…
    Em contato com tua ousadia.

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  4. Escrever é algo que está dentro de nós, a vontade de contar histórias, inventadas ou não, ensinar ou simplesmente divertir ou distrair. Saber que alguém leu o que escrevemos é bom, alguém gostar e manifestar-se, é um privilégio indescritível. Escrever, sem que nos leiam, é como falar ao vento, mas ele, além de bom ouvinte, leva a nossa voz mais longe.

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  5. Olha, entre a canção de Legião Urbana e a de Raul, estou pela do último. Entre os artistas em si, estou por Raul também. Entre os títulos “Tempo Perdico” e “Check Up”, também prefiro o último. Mas o blog é seu, então… Escolha sua, claro.

    Eu também passo muitos de meus dias apenas a ler (principalmente) e escrever (pouco). E também entre meus cachorros, minha esposa (!) e, ultimamente, o “zap-zap”. Não acho que seja perda de tempo, especialmente para você, que pensa em seguir com essa prática. Aproveite que está novo! Quando tiver minha idade, se continuar escrevendo bem e lendo muito, haverá de ser um bom cronista.

    Mas tudo isto é perfumaria. Faz o que tu queres, há de ser tudo da lei. Se lhe apraz escrever, não vejo no mundo razão suficiente para que se abstenha de fazê-lo!

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  6. Estava procurando uma justificativa para continuar escrevendo no meu blog há anos abandonado, chamado “Digamos que eu pensasse” (que, depois dessa de uma reflexão provocada por essa sua postagem, deveria mudar de nome para “Digamos que alguém lesse”). A gente vive focado no fim, quando, em muitas circunstâncias, o mais importante é o caminho. Qualquer texto, mesmo não lido, no mínimo nos faz ouvir a própria voz, o que já é muito. Obrigada!

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