Fui criado numa casa de advogados. Desde pequeno sou íntimo desse assunto, “concurso público”. Quando tinha 15 anos, minha mãe achou que eu estava dando trabalho demais e me inscreveu, sem nem me falar, em um concurso público dos Correios, de jovem aprendiz. Passei e fui trabalhar lá, enquanto tocava o ensino médio. Penei.
Terminei o terceiro colegial e entrei na faculdade de direito de Uberlândia. Sempre me perguntam se eu não gostava de estudar direito e eu sempre falo que gostava. Mas queria tentar outras coisas. No segundo ano da faculdade, decidi prestar medicina. Não entrei em cursinho e não larguei a faculdade: continuei estudando direito e fazendo estágio em escritório, enquanto revia as matérias do ensino médio para fazer o ENEM. Ia pra faculdade à noite, estagiava de tarde e estudava para o ENEM de manhã.
Passei em medicina. Tive sorte de muitas formas diferentes, senão não passaria. Mas também colhi os frutos de saber como estudar de forma muito eficiente e voltada aos meus objetivos.
Agora, estou no sexto e último ano do curso. É hora de estudar para residência, e meus sonhos são altos nesse sentido. Entre o blog, a 99mentors, o MED Talks, o internato e todas as outras atividades chatas que fazemos, como tomar banho e brincar com a gata, o tempo para estudar é menos largo do que eu gostaria.
Por isso, tenho que saber aproveitá-lo muito bem!
***
É preciso ser pragmático.
Quem estuda para passar em um concurso concorrido deve se concentrar nesse objetivo: passar no concurso.
Eu não estudei a faculdade de medicina inteira para fazer prova de residência. Comecei a estudar para a prova no sexto ano. Antes, eu estudava para ser médico.
Não é que sejam coisas tão diferentes assim. Estudar para a prova te ajuda muito a ser um médico mais técnico. Mas é só isso.
Antes de começar a estudar para residência você tem que ter aprendido na faculdade as disciplinas básicas do corpo humano e a importância do contato com o paciente.
Assim, quando chegar a hora, você pode se concentrar naquele objetivo mais específico — a prova — sem peso na consciência.
***
É preciso ser bastante pragmático.
Quem estuda para passar em um concurso disputado deve se concentrar nesse objetivo: passar no concurso.
Não adianta ficar reclamando que é inútil saber fazer cálculos com números complexos e decorar qual vaso da planta leva a seiva para cima e qual a traz de volta para baixo.
Você já aprendeu muitas coisas importantes que vai usar na sua vida. Quando chega o terceiro colegial, seu objetivo se torna passar no vestibular. Mesmo que para isso tenha que decorar as fórmulas do movimento acelerado uniforme eterno.
***
Quando estava no terceiro colegial, comecei a aplicar algumas técnicas de estudo eficaz, mesmo sem saber da ciência por trás de nenhuma delas. Segui meu instinto.
De lá para cá, conheci a neuropsicologia que estava por trás de alguns métodos que eu já usava e aprendi outros novos, baseados em evidência.
Nas próximas semanas, vou fazer uma série de posts abordando as principais técnicas de estudo que eu uso e recomendo, baseadas em ciência e na minha experiência pessoal, com dicas específicas para você aplicar nos seus estudos voltados para concursos.
A gente se fala.

***
Links das sequências:
Texto bacana Nicolau!
Ansioso pelos próximos sobre técnicas de estudo, certeza que vai ajudar alguns (eu incluso k).
CurtirCurtido por 1 pessoa
Hahahahaha, valeu, Phelipe!
CurtirCurtir
Belo texto Nícolas ! Parabéns pelo seu esforço!
CurtirCurtido por 1 pessoa
Obrigado, Mariana!
CurtirCurtir