Hoje o Professor Jordan Peterson fez uma postagem interessante no seu Instagram.
Em tradução livre:
Uma das coisas que me indignam sobre as universidades é que nunca ninguém explica aos alunos por que eles devem escrever algo. […] “Por que você tem que escrever isso? Porque preciso da nota”.
Não!!! Você tem que aprender a pensar! Porque pensar faz você agir de forma efetiva no mundo. […] Se você sabe pensar, e falar, e escrever, você é absolutamente letal. Nada consegue te parar. […] É a arma mais poderosa que você pode dar a alguém.
Eu conheço muitas pessoas que foram muito bem sucedidas e as observei ao longo da minha vida e… você não quer ter uma discussão com essas pessoas — elas vão te cortar em pedaços. Não de uma forma malévola… mas se você vai defender um ponto e elas vão defender um ponto, é melhor que você tenha seu argumento bem organizado. Senão você vai parecer absolutamente estúpido.
[…] Se você consegue formular argumentos coerentes, fazer uma apresentação, falar com as pessoas, apresentar uma proposta… pessoas te dão dinheiro, te dão oportunidades, você tem influência. É para isso que a universidade serve.
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Isso serve bastante para as humanidades, mas acredito que se aplique também a outras áreas de formação. A universidade serve para criar pensadores, intelectuais e líderes, e não apenas especialistas técnicos. E isso não é arrogância intelectual ou purismo acadêmico ou qualquer coisa do tipo, mas uma necessidade prática: a universidade é o reduto da elite pensadora de uma sociedade; portanto, espera-se que lá sejam criadas pessoas capazes de tomar as decisões mais inteligentes e bem informadas e de liderar a sociedade no caminho dessas decisões.
Para isso, o universitário deve se preocupar não apenas em formar-se tecnicamente, mas também culturalmente e humanisticamente. Na universidade, essas habilidades paralelas são em boa parte supridas por iniciativas dos próprios alunos: centros acadêmicos, associações atléticas, empresas juniores, baterias e grupos de dança, por exemplo.
Foi nesse contexto que surgiu o MED Talks, primeiramente focado no desenvolvimento da oratória e das apresentações, agora também bastante preocupado em difundir a importância de escrever bem. E, ouvi dizer, cada vez mais preocupado com a deficiência que os universitários brasileiros ainda têm em relação à língua inglesa.
Eu não acredito que as palavras tenham nenhum poder metafísico. Elas não precisam disso. As palavras são poderosas por si só. Não é por acaso que no mito cristão deus criou o universo a partir de sua voz.
Aqueles que realmente dominam as palavras estão mais aptos a fazer ordem a partir do caos que muitas vezes é o mundo. Tanto pela boca, como pela caneta.

O que você acha?