Divagarte-se #4

Clique para ouvir o poema na voz da autora.

 

Sou humana, e só isso

Por que tanto rebuliço quando ajo como tal?

Não é justo que algo que me é inerente,

paradoxalmente, me faça sentir tão desumana

Profana

Como se contrariasse uma natureza celestial que não é minha

Ainda assim, instala-se a pressão,

A tensão que acompanha o morcego da meia-noite

Como um açoite para o autoflagelo

Penitência por não ser Deus

Pagando por erros que talvez nem sejam meus,

Mas de homens e mulheres apenas,

Criaturas terrenas assim como eu

Que ditam virtudes que ninguém escolheu

Nem Augustos, nem anjos estarão isentos

Dos morcegos e seus tormentos

Do vício

No fim, encaro a parte mais difícil:

me livrar do fardo pesado de não ser divina

De ser menina, humana, mortal

Só então, através do autoperdão

Talvez eu consiga transcender afinal.

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