Esta foi a frase que eu li ontem, com todas as letras, em tom de ironia: “silêncio, a menininha branca tá defendendo a PM”.
O contexto
Hoje Ontem aconteceu um tumulto no centro da minha Uberlândia, envolvendo policiais militares e vendedores ambulantes. Como era de se esperar, houve tumulto também nas redes sociais. Principalmente no Twitter.
Eu não sei exatamente o que aconteceu, mas parece que foi assim: alguns fiscais da prefeitura abordaram alguns comerciantes ambulantes, um pouco pelo comércio irregular e um pouco para evitar concentrações de pessoas devido à pandemia. Os comerciantes resistiram, as coisas foram pro sul e os policiais entraram na confusão para garantir que as ordens fossem cumpridas. Então, a população no entorno passou a apoiar os comerciantes, gritando coros contra a polícia.
No fim, houve prisões, cacetadas, gás de dispersão e tiros de borracha. Cenas tristes, cenas bem tristes. E a repercussão nas redes sociais também foi bem triste.
Policiais do bem e policiais do mal
É muito fácil atacar os policiais em momentos como esses. Afinal, eles estão armados e têm o aval do Estado para usar a violência. Eles não podem ser considerados oprimidos.
Além disso, os ambulantes que acabaram presos e agredidos eram (supostamente) haitianos e eram negros. No momento em que estamos vivendo, ainda sob o efeito George Floyd, não precisa de muito para que automaticamente associem causalmente o racismo às prisões, mesmo que a relação causal não seja tão preto no branco assim (pelo menos em intensidade).

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