Eu nem sei onde fica Andrômeda, mas achei que seria legal escrever uma história sobre ela.
***
Não tinha carro, mas uma motocicleta preta com o guidão alto e um motor potente que fazia vrum quando ele acelerava, na estrada de asfalto que virava terra até dar no fim do mundo e continuar voando no espaço sideral.
Lá do alto, no vácuo, não se ouvia o motor e sua jaqueta de couro mal lhe aquecia, parecia tudo frio e inóspito, mas os raios de sol corriam como um rio, centrífugos, rumo ao infinito do sistema solar.
A Terra redondinha, como uma bola e suas sete irmãs, a que deram o nome de deuses romanos, como se tudo não fosse mais antigo do que Roma e as religiões pagãs.
Corria, como um risco, como se sua vida dependesse disso.
No chão firme, os meninos magrelos que empinavam pipa, olhavam, admirados, para o cometa, meteoro, que era o motoqueiro iluminado.
Aterrissou, então, depois de muitos anos, na Galáxia de Andrômeda, como estava em seus planos, a fim de questionar o senhor zelador ou qualquer responsável por ali.
— No meu mundo, eu tenho uma estrela, gostaria de saber se é minha ou se preciso devolvê-la.
— Não carece, as estrelas nunca são de ninguém e ficam melhor onde lhe querem tão bem.
Foi embora. Enfim. Em paz.

Belo texto!
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Obrigado!
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