Itamar Assumpção, um dos maiores expoentes do Lira Paulistana, um dos artistas mais talentosos e menosprezados do Brasil.
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Melhor verso
Acho chique quando diz que quer marier en Paris comigo na Notre Dame/ Mas por mais que enchanté, au revoir, j’ai crié. Je ici, você cadê? Je t’aime mais que o Jérôme.
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Meus dois centavos
Assim como Calle 13, eu conheci Itamar Assumpção na Vertical Escalada, no finalzinho do meu ensino médio. Até hoje, é um dos melhores artistas brasileiros na minha opinião, e também um dos mais injustiçados, por ser muito menos conhecido e ouvido do que merece. Não que ele seja desconhecido e ignorado, mas Itamar deveria ser lembrado entre Caetano, Chico, Cartola, Elis, Raul, Adoniran etc., ou seja, realmente entre os melhores dos melhores depois da dupla sagrada Tom e João Gilberto. Mas ele não é.
Itamar Assumpção foi um dos mais bem sucedidos artistas que se formaram no Teatro Lira Paulistana, o ponto de encontro do movimento cultural que ficou conhecido como Vanguarda Paulista no início da década de 1980.
Itamar me lembra um pouco Fernando Anitelli: grande vocalista, grande frontman, grande músico, ótimo letrista, muito espirituoso no palco e muito criativo e experimentador: ou seja, não apenas um cantor, mas um verdadeiro artista, uma pessoa que vive à margem do que é normal e do que é anormal, que se sacrifica na missão de tentar fazer sentido do desconhecido, para assim estender o conhecimento humano sobre o mundo uma polegada além.
Je t’aime mais que o Jérôme está no álbum Pretobrás II, segundo da trilogia Pretobrás e primeiro álbum do artista lançado postumamente. Nessa música, Itamar demonstra um domínio exímio da linguagem ao misturar francês e português de forma genial, entregando poesia literalmente em todos os versos da canção. Quem ouvir os outros discos vai ver que misturar português com outras línguas é algo que Itamar fazia bastante. A música, assim como tudo de Itamar, também é bem rica e experimental.
Para quem gosta de música brasileira, Itamar nunca decepciona.

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