Existem várias formas de responder a essa pergunta.
Primeiro: a maconha é a droga ilícita mais utilizada no mundo.
Isso significa que não são particularmente os universitários nem os particularmente brasileiros que usam tanta maconha: o mundo inteiro é maconheiro.
Cerca de 25% dos universitários brasileiros usaram maconha pelo menos uma vez na vida. É sem dúvidas a droga ilícita mais utilizada entre universitários brasileiros. Mas isso não é surpresa, já que a maconha é a droga ilícita mais utilizada no mundo inteiro, em todas as faixas etárias.
Em países europeus como França e Alemanha, em países da Oceania como Austrália e Nova Zelândia e em países das Américas, como Chile e Canadá, a porcentagem de adultos que já fumaram maconha fica sempre acima de 25%, chegando a 44% no Canadá e mais de 50% nos Estados Unidos.
No Brasil, ainda que a prevalência do uso de cannabis seja bem menor do que nesses países, não chegando a dois dígitos, ela ainda é a droga ilegal mais utilizada no país (competindo apenas com inalantes).
Ou seja, o uso de maconha é relativamente muito prevalente entre universitários brasileiros porque ela é relativamente muito prevalente na população geral do Brasil e do resto do mundo, principalmente nos países ocidentais. Ainda assim, nenhuma droga ilícita chega perto dos níveis de consumo das drogas legais, nem no Brasil, nem mundo afora, nem entre universitários, nem na população geral.
Segundo: universitários usam mais drogas do que a população geral.
Universitários usam mais drogas do que a população geral, do que alunos de ensino médio e do que pares da mesma idade não-universitários. E também usam mais maconha, claro.
Mas em comparação ao álcool e ao tabaco, a maconha fica no chinelo: quase 90% dos universitários brasileiros já consumiram álcool e quase 50% já tentaram tabaco — enquanto a prevalência do uso de cannabis fica em 25%, como vimos lá atrás. Esses números também seguem a distribuição usual do uso dessas drogas em outros países, na população geral.
Uma das grandes razões para isso é que seres humanos começam a usar drogas na adolescência e início da vida adulta. Isso é verdade tanto para drogas lícitas como ilícitas. A imensa maioria das pessoas começa a beber e a usar maconha no ensino médio e superior, em países do mundo inteiro:

Além disso, humanos tendem a usar mais drogas nessa época por motivos que talvez sejam neurobiológicos. Em poucas palavras, há evidências de que o cérebro do adolescente e jovem adulto guarde ao mesmo tempo um sistema límbico hipersensível e um córtex pré-frontal ainda imaturo. Isso significa que o humano de 12 a 25 anos de idade é mais propenso ao encanto mesolímbico das drogas recreativas, enquanto simultaneamente tem menos poder de adiar recompensas e pensar a longo prazo.
Ou seja, a juventude é o ambiente perfeito para o uso de drogas. E o Brasil não tem nenhuma grande particularidade nesse sentido.

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