Jejum Intermitente: Minha experiência

Minha família é toda composta de gente gorda e doente. Por vezes fico triste de ouvir tantos casos de derrame, infartos, alzheimer e outras doenças, além de ouvi-los reclamar que precisam perder peso porque se sentem feios e fracos. Invariavelmente, contudo, também os ouço dizendo o seguinte: “é culpa da genética”. Quando eu pergunto porque não mudam a forma de comer:

Eu preciso comer desse jeito que como hoje. Só sei viver assim. Não dá para viver sem nossas “porcarias de comer”.

Será mesmo?

Em março de 2020 comecei a fazer jejum intermitente (combinado com dieta cetogênica para tratar minha epilepsia). Hoje eu só como uma vez por dia. Um almoço que dá em média 1,2kg em 3 pratos bem fartos. Emagreci 35 kg nesses meses. Tenho 1,81m, e passei de 110 para 75kg.

Além dessa perda de peso outros resultados ficaram visíveis pelos meus exames médicos:

  • Triglicerídeos de 230 para 95 (deve ser <175);
  • meu colesterol “ruim” (LDL) de 180 para 105 (deve ser <130);
  • meu VLDL (outro “ruim”), caiu de 43 para 21 (deve ser <35);
  • e meu colesterol bom (HDL) subiu de 42 para 69 (deve ser > 40).

Semana passada saíram os resultados de um exame detalhadíssimo de sangue que fiz. O exame serviu para checar o quão saudável eu estou aos 41 anos, comendo apenas uma vez por dia. Pois bem, eis aqui os resultados (versão simplificada para caber aqui):

Fora isso, outros benefícios:

  • meu sono foi regularizado e preciso dormir 1 hora a menos;
  • minha psoríase desapareceu;
  • minha epilepsia (que tenho desde os 16 anos) deu uma bela reduzida. Diria que para 20% do que era antes;
  • minha enxaqueca: já era.

Mostrei os resultados pra minha família (todos obesos, cheios de doenças e culpando a tal da “genética” pela saúde deles). E ainda assim eles dizem que não é possível. Que ninguém emagrece tanto assim aos 41 e fica saudável. Que estão como estão pela “genética da família”. E repetem aquela ladainha pseudocientífica que nos foi empurrada pela garganta a baixo pela publicidade do agronegócio: de que precisamos comer muitos carboidratos. De preferência de 3 em 3 horas, para “acelerar o metabolismo”. Essa mentira tem origem na época em que os colonizadores entraram em contato com nativos americanos e ficaram chocados ao descobrir que eles não tinham horários para qualquer refeição. Apenas comiam quando sentiam fome. E quando você come bem, só sente fome 1 ou 2 vezes por dia. Por isso os colonizadores inventaram horários fixos pra café, almoço e jantar, e os lanches entre eles. Era uma medida disciplinar, não nutricional.

Não há justificativa boa do ponto de vista biológico para comer a cada 3 horas. Pergunte para seus avós como era a nutrição antigamente: comiam apenas nas refeições (2 ou 3 por dia). Da mesma forma, os “homens das cavernas” comiam, com muita sorte, duas vezes por dia e estavam no pico das potencialidades físicas.

Outra ladainha é esta:

Trata-se da Pirâmide Allimentar de 1968, criada nos EUA com patrocínio do Comitê de Agricultura (que queria vender mais produtos processados baseados em grãos, que são baratos de fazer, transportar e estocar).

Essa pirâmide se tornou uma verdade absoluta em escolas, clínicas e tudo mais. Note que na base dessa pirâmide estão carboidratos (“coma à vontade”) e no topo da pirâmide estão as gorduras (“Coma pouco“).

Deem uma olhada em como seria uma pirâmide nutricional cientificamente correta, feita pela Universidade de Harvard [1] recentemente:

OBS: Note que em “weight control” está incorporada a prática do jejum. Isto é, ficar várias horas sem comer quando preciso.


Se você somar as duas mentiras, dá o seguinte: “Passe o dia todo comendo carboidratos, que você emagrece”. Aham, aham.. sei, sei…

Olha o que aconteceu com os índices de obesidade nos anos 1970[2]:

E junto com a obesidade, e não por coincidência, veio também epidemia de transtornos de ansiedade, depressão, autismo, diabetes, doenças cardiovasculares, neurodegenerativas, etc.

Não a toa o jejum intermitente combinado com dietas low-carb (Keto, mediterrânea, carnívora, etc) vêm ganhando popularidade. É que as pessoas descobriram que passaram a vida toda comendo errado apenas porque estão seguindo a manada controlada pela publicidade da indústria alimentar.

Por isso acreditam que precisam comer doces, frituras e outras comidas processadas, bem como se alimentar várias e várias vezes por dia. Fazem isso para ter uma vida feliz e saudável, como a publicidade lhes prometeu. E o que obtém como resultado? Doenças relacionadas a síndrome metabólica. Tais como infartos, derrames, alzheimer, parkinson, diversas formas de câncer, etc. Todas doenças que ouço sempre membros da minha família dizendo que se tiverem, é porque eles herdaram genética ruim e não há nada que possam fazer a respeito…

2 comentários em “Jejum Intermitente: Minha experiência

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    1. Oi ! Eu fiz exames de sangue completos antes de começar e após completar 11 meses. Não fui em nenhum especialista em Nutrição.

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