Cocaína, dinheiro e felicidade

O que você quer na vida, além de cocaína, dinheiro e felicidade? Eu aposto que poucas coisas. Afinal, poucas coisas na vida são melhores do que sexo, e cocaína, dinheiro e felicidade são três dessas coisas.

Felicidade

A felicidade é uma das maiores taras que as pessoas da minha geração têm. Acreditamos que o grande objetivo da vida é ser feliz

Todas as nossas pequenas decisões são remoídas para garantir que escolhamos algo que maximize a felicidade. Queremos conforto material, claro, mas apenas o bastante para garantir a felicidade. Queremos fazer faculdade, mas nada que envolva renunciar à felicidade. Se queremos televisões de 500 canais e o nome de um cara na nossa cueca, é apenas em nome da felicidade.

Há quem pense que dinheiro não compra felicidade. E é verdade. Dinheiro e bem estar andam juntos enquanto o dinheiro compra muito e custa pouco. Mas depois que você chega em certo nível, você precisa se esforçar muito mais pelo dinheiro, e ele faz uma diferença muito menor no seu estilo de vida.

Mas, mesmo assim, nós corremos atrás dele. Porque dinheiro não compra felicidade, mas nós preferimos ter dinheiro a ser feliz.

É melhor ser rico triste que viver pobre sorrindo.

cocaína dinheiro e felicidade

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2 comentários em “Cocaína, dinheiro e felicidade

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    1. Explicando, então. Eu costumo dizer que um dos princípios fundamentais do cristianismo é o de que todo mundo é filha da p***. A ideia de que existe uma natureza inerente a cada ser humano, que faz com que a gente prefira cocaína à própria alimentação e reprodução (e coloque o bem estar do individuo de uma tribo diferente da nossa em último lugar na nossa lista de prioridades) é um terreno comum no cristianismo. O período que encerra o texto, retomando a necessidade de uma luta constante contra essa personalidade dependente química, me lembrou muito algumas falas do apóstolo Paulo, como sobre o bem que ele quer fazer, esse não faz, mas o mal que não deseja, acaba por realizar (Rm 7), ou sobre a ideia de que ele esmurraria o próprio corpo para reduzi-lo à escravidão, para que não seja reprovado por Deus (1 Co 9:27), dada a tendência de escolhermos quase sempre pela decisão que possui a qualidade de experiência mais apetecível, e não a mais virtuosa. A diferença essencial das filosofias do texto e da religião é a que a sua proposta, até onde entendi, é alcançar a melhor versão de si, através de uma comparação entre os vários momentos do próprio desempenho, e também desses com o desempenho alheio. A ideia religiosa é que existe uma direção a ser seguida, tornando a progressão algo menos modular e mais vetorial. Eu gosto demais da ideia do cristianismo de inviabilidade de alcance do destino, também, já que a santificação é algo que só seria alcançado no fim dos tempos. Torna o progresso constante como alvo, e não a chegada. A ideia não é ficar bom, é melhorar, porque bom mesmo, só o Pai (Mc 10:18). Isso é uma coisa fantástica da psicologia do cristianismo, te dá um alvo sabidamente inalcançável, então torna a aceitação da frustração algo necessário, que deve ser buscado com o máximo de esforço individual, focado não só em melhorar, mas em saber que se a gente for deixado na banguela, é só ladeira abaixo (1 Co 10:12). É basicamente se tornar a melhor versão de si possível, já que o que tá em questão não é somente sucesso, mas um padrão mais do que áureo de virtude, divino até. Talvez por isso tanto caboclo encapetado usando esse método como coaching ou como promessa de riqueza, a ideia é muito parecida, a direção e/ou o sentido são bem diferentes .

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